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igreja de santiago e panteão dos cabrais

Horário de funcionamento

igreja de santiago e
panteão dos cabrais

História

História

A igreja de Santiago é composta por dois espaços, a igreja e o panteão dos Cabrais, capela anexa à esquerda, e é um importante testemunho do Românico tardio na Beira Interior e pode considerar-se um dos monumentos-chave deste estilo na região.

A sua construção deve remontar aos meados do século XIII, embora as origens da paróquia de Belmonte, que a igreja servia, sejam anteriores, estando documentada desde 1186. pertencia ao padroado do rei, passando depois para os Cabrais por doação da Coroa, após Luís Álvares Cabral ter participado da conquista de Ceuta em 1415.

Adossado à Igreja está o Panteão dos Cabrais, ainda em construção em 1483. A renovação deste deve-se a Francisco Cabral, primeiro Alcaide de Belmonte após a Restauração, como a ele se devem alguns dos túmulos renascentistas ali existentes (1630).

No interior da igreja de Santiago, foi dedicada uma capela a Nossa Senhora da Piedade,  mandada construir por Dª. Maria Gil Cabral que deve datar da viragem para o século XV, embora possa ter sido objeto de intervenções ligeiramente posteriores. Ficou a dever-se à vontade de D. Gil Cabral, bispo da Guarda que, a 30 de Maio de 1362, deixou expresso em testamento o desejo de que sua filha.

O panteão dos Cabrais anexa-se ao lado Norte da igreja e é um espaço rectangular de origem gótica, presumivelmente edificado a partir de 1433, por iniciativa dos pais de Pedro Álvares Cabral. Aqui se conservam os túmulos da família, um deles diante do altar e outros dois, posteriores, inseridos em arcossólios abertos nas paredes laterais. 

Esta igreja outrora envolvida nas lutas entre os Bispos da Guarda e Coimbra, apresenta planta longitudinal composta, de nave única e capela-mor rectangular tendo no interior junta à referida capela gótica, uma arco gótico de intradorso ornamentado de pequenos lóbulos, sobrepujado pelo Brasão dos Cabrais entre duas prensas de azeite, representadas em alto relevo.

http://www.aldeiashistoricasdeportugalblog.pt/2020/05/05/a-antiga-igreja-matriz-de-belmonte-uma-das-mais-belas-construcoes-para-saramago/
http://www.aldeiashistoricasdeportugalblog.pt/2020/05/05/a-antiga-igreja-matriz-de-belmonte-uma-das-mais-belas-construcoes-para-saramago/

A igreja de Santiago é composta por dois espaços, a igreja e o panteão dos Cabrais, capela anexa à esquerda, e é um importante testemunho do Românico tardio na Beira Interior e pode considerar-se um dos monumentos-chave deste estilo na região.

A sua construção deve remontar aos meados do século XIII, embora as origens da paróquia de Belmonte, que a igreja servia, sejam anteriores, estando documentada desde 1186. pertencia ao padroado do rei, passando depois para os Cabrais por doação da Coroa, após a partição de Luís Álvares Cabral na conquista de Ceuta em 1415.

Adossado à Igreja está o Panteão dos Cabrais, ainda em construção em 1483.A renovação deste deve-se a Francisco Cabral, primeiro Alcaide de Belmonte após a Restauração, como a ele se devem alguns dos túmulos renascentistas ali existentes (1630).

No interior da igreja de Santiago, foi dedicada uma capela a Nossa Senhora da Piedade,  mandada construir por Dª. Maria Gil Cabral que deve datar da viragem para o século XV, embora possa ter sido objeto de intervenções ligeiramente posteriores. Ficou a dever-se à vontade de D. Gil Cabral, bispo da Guarda que, a 30 de Maio de 1362, deixou expresso em testamento o desejo de que sua filha.

O panteão dos Cabrais anexa-se ao lado Norte da igreja e é um espaço rectangular de origem gótica, presumivelmente edificado a partir de 1433, por iniciativa dos pais de Pedro Álvares Cabral. Aqui se conservam os túmulos da família, um deles diante do altar e outros dois, posteriores, inseridos em arcossólios abertos nas paredes laterais. 

Esta igreja outrora envolvida nas lutas entre os Bispos da Guarda e Coimbra, apresenta planta longitudinal composta, de nave única e capela-mor rectangular tendo no interior junta à referida capela gótica, uma arco gótico de intradorso ornamentado de pequenos lóbulos, sobrepujado pelo Brasão dos Cabrais entre duas prensas de azeite, representadas em alto relevo. 

“(…) num pequeno adro, é a antiga igreja matriz. O viajante entra, desprevenido, e dados três passos, pára sufocado. Esta é uma das mais belas construções que já viu. Dizer que é românica e também gótica, de transição, será dizer tudo e nada dizer. Porque, aqui, o que impressiona é o equilíbrio das massas, e logo depois a nudez da pedra, sem aparelho, apenas ligadas as juntas irregulares.
É um corpo visto por dentro e mais belo do que esperava ao entrar”
José Saramago
"Viagens a Portugal"

Frescos

Frescos

As várias pinturas murais que aqui se vislumbram foram postas a descoberto aquando das obras de restauro da Igreja (1963), altura em que se procedeu à remoção dos retábulos entalhados da capela-mor e da colateral direita. As datas de execução destas pinturas estende-se por cerca de 150 anos desde o séculos XV-XVI ao séculos XVII e correspondem a cinco campanhas distintas de pintura. No fresco manuelino central, na capela-mor, encontram-se representadas três figuras: Virgem com o Menino, Santiago e S. Pedro que forma uma espécie de tríptico. 

Junto ao arco que dá acesso à capela-mor, do lado esquerdo, encontram-se outras representações pictóricas. Tratam-se igualmente frescos onde existem campanhas sobrepostas e se pode observar: a Santa Mártir, um dos atributos de Santa Luzia; S. Domingos e, na parede lateral direita, S. João Batista. A Santa Mártir que apenas ostenta a palma do martírio, sendo essa razão difícil de identificar, é considerada a melhor representação existente nesta Igreja uma vez que a sua execução revela um bom domínio técnico e artístico para a época. 

As várias pinturas murais que aqui se vislumbram forma postas a descoberto aquando das obras de restauro da Igreja (1963), altura em que se procedeu à remoção dos retábulos entalhados da capela-mor e da colateral direita. As datas de execução destas pinturas estende-se por cerca de 150 anos desde o séculos XV-XVI ao séculos XVII e correspondem a cinco campanhas distintas de pintura. No fresco manuelino central, na capela-mor, encontram-se representadas três figuras: Virgem com o Menino, Santiago e S. Pedro que forma uma espécie de tríptico. 

Junto ao arco que dá acesso à capela-mor, do lado esquerdo, encontram-se outras representações pictóricas. Tratam-se igualmente frescos onde existem campanhas sobrepostas e se pode observar: a Santa Mártir, um dos atributos de Santa Luzia; S. Domingos e, na parede lateral direita, S. João Batista. A Santa Mártir que apenas ostenta a palma do martírio, sendo essa razão difícil de identificar, é considerada a melhor representação existente nesta Igreja uma vez que a sua execução revela um bom domínio técnico e artístico para a época. 

"(...) e dentro, encostado à parede, um grupo escultórico representando a Virgem e o Cristo morto, ele deitado sobre os joelhos dela virando para nós a cabeça barbada, a chaga entre as costelas, e ela não o olhando já, nem sequer a nós. Estão decerto muito repintadas as cabeças, mas a beleza do corpo, talhando em duro granito, atinge um grau supremo. O viajante tem em Belmonte um dos mais profundos abalos estéticos da sua vida”
José Saramago
"Viagens a Portugal"

Caracterização

Caracterização

A tribuna é decorada com motivos florais ostentando na zona central a prensa e uma vieira – símbolos associados, respectivamente, aos Cabrais e a S. Tiago. A prensa surge igualmente representada na pia de água benta. 

A Pia Batismal, em forma de cálice, encontra-se integrada num baptistério de planta quadrada, com acesso por arco pleno, que se situa na interseção com o Panteão dos Cabrais perto da porta principal. O Coro Alto, em madeira, sustentado por duas colunas toscanas é do tempo de D. Francisco Cabral (Século XVII). 

O interior, de uma só nave, tem uma cobertura em madeira; à sua entrada, o coro é sustentado por duas colunas renascentistas. Uma imagem gótica, em tamanho natural, monolítica, representa uma «Pietá», esculpida em granito, e está inserida na capela gótica de Nossa Senhora da Piedade, do séc. XIV; de reduzidas dimensões, esta capela abre-se em dois fortes arcos quebrados, assentes em pilares com colunelos adossados e decorados com belos capitéis historiados, com cenas da vida de Fernão Cabral I, que lutou nos dois cercos de Ceuta, tendo perecido na primeira tentativa da conquista de Tânger, defendendo o Infante D. Henrique de quem era guarda-mor. 

É no Panteão dos Cabrais que se encontram os túmulos de vários elementos desta ilustre família. No interior, junto à porta que liga o Panteão à Igreja de S. Tiago, observa-se à direita, o túmulo de Fernão Cabral I e Isabel de Gouveia, pais de Pedro Álvares Cabral.

No exterior, o frontispício do Panteão apresenta portal seiscentista de lintel recto moldurado, rematado por frontão curvo que integra a inscrição onde são identificados os nomes de quem mandou construir e reformou esta capela. A torre sineira isolada foi construída em 1860.

A tribuna é decorada com motivos florais ostentando na zona central a prensa e uma vieira – símbolos associados, respectivamente, aos Cabrais e a S. Tiago. A prensa surge igualmente representada na pia de água benta. 

A Pia Baptismal, em forma de cálice, encontra-se integrada num baptistério de planta quadrada, com acesso por arco pleno, que se situa na intersecção com o Panteão dos Cabrais perto da porta principal. O Coro Alto, em madeira, sustentado por duas colunas toscanas é do tempo de D. Francisco Cabral (Século XVII). 

O interior, de uma só nave, tem uma cobertura em madeira; à sua entrada, o coro é sustentado por duas colunas renascentistas. Uma imagem gótica, em tamanho natural, monolítica, representa uma «Pietá», esculpida em granito, e está inserida na capela gótica de Nossa Senhora da Piedade, do séc. XIV; de reduzidas dimensões, esta capela abre-se em dois fortes arcos quebrados, assentes em pilares com colunelos adossados e decorados com belos capitéis historiados, com cenas da vida de Fernão Cabral I, que lutou nos dois cercos de Ceuta, tendo perecido na primeira tentativa da conquista de Tânger, defendendo o Infante D. Henrique de quem era guarda-mor. 

É no Panteão dos Cabrais que se encontram os túmulos de vários elementos desta ilustre família. No interior, junto à porta que liga o Panteão à Igreja de S. Tiago, observa-se à direita, o túmulo de Fernão Cabral I e Isabel de Gouveia, pais de Pedro Álvares Cabral.

No exterior, o frontispício do Panteão apresenta portal seiscentista de lintel recto moldurado, rematado por frontão curvo que integra a inscrição onde são identificados os nomes de quem mandou construir e reformou esta capela. A torre sineira isolada foi construída em 1860.

“Veja tudo isto, mas antes de sair coloque-se outra vez diante da Pietà, guarde-a bem nos olhos e na memória, porque obras assim não as vê todos os dias”
José Saramago
"Viagens a Portugal"

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