Era uma vez um pastor de Belmonte que sonhou três vezes seguidas que ouvia uma voz que lhe dizia:
–”Vai a Belém que lá encontrarás o teu bem! Vai a Belém que lá encontrarás o teu bem… Vai…”
E foi. Procurou, procurou, mas nada encontrou. Desanimado, chegou-se a um outro pastor que lhe perguntou:
-Estás tão triste!? Porquê?
-Ora porquê…? Então eu sonhei três vezes seguidas, (três!), que ouvia uma voz que me dizia “Vai a Belém que lá encontrarás o teu bem, vai a Belém, vai a Belém…”. E cá vim… Estou cansado de procurar e nada!
-Ai tu ainda acreditas em sonhos?! Pois olha que eu também sonho muitas vezes que, numa terra que chamam Belmonte, há uma laje onde todos os dias se deita uma cabra amarela, e que debaixo dessa laje há um tesouro. Mas eu cá não vou em sonhos…
O pastor de Belmonte, ao ouvir isto, deu um salto e quase se traía. Aquela cabra amarela era dele. E ele sabia bem onde era a laje em que se deitava todos os dias. Partiu, assim, sem demora para a sua terra, Belmonte. Foi à laje, arrancou-a, cavou, e encontrou o haver, uma cabra e um cabrito de ouro. Limpou-os. Brilhavam de amarelinhos. Decidiu ir dar parte do tesouro ao rei.
Quando chegou, o pastor disse logo que tinha um presente para o rei. Os conselheiros não o deixavam entrar e responderam-lhe:
-Dá cá tu o presente que nós o entregaremos a El-rei.
O pastor respondeu: “Nem pensar. Quero ser eu, e hei-de ser, a entregar o meu presente ao rei, espere o que esperar.
-Mas El-rei está muito ocupado com o governo. Dá cá o teu presente que fica em boas mãos, e nós o entregaremos.
-Melhor fica nas minhas. E, daqui, só para as mãos do rei, que ainda tenha de ir até ao fim do mundo.E sentou-se por ali.
Vendo os conselheiros que o pastor dali não arrancava, resolveram dizer ao soberano:
-Está ali um pobre pastor que há dias não se cansa de dizer que traz um presente, mas que só o entregará a vossa Alteza. Por mais que disséssemos que nós o entregaríamos, ele disse que não, que tinha de ser ele a entregá-lo, ainda que tivesse de seguir El-rei até ao fim do mundo. E, teimoso, sentou-se por ali, e não arreda pé. -Mandai cá vir esse pastor, disse o rei.
Quando o pastor entrou na sala onde o rei estava, perguntou: -Onde está o senhor rei?
-Sou, eu. Vem cá. Diz-me lá o que queres.
-Senhor rei! Eu tenho aqui uma cabra e um cabrito. Qual é que o rei quer que lhe dê?
El rei sorriu-se e disse: -Dá cá o cabrito, que sempre será mais tenrinho que a cabra.
-Aqui o tem!
Quando El-rei viu que era de ouro, disse: – Tu foste muito leal. Mas não te todo. Já viste que me deixas nas mãos um orfão?
– Mas não tenha pena o senhor rei, que eu deixo-lhe também a mãe. Aqui está.!
-Então, já que és tão generoso, vai à minha cavalariça. Escolhe o melhor cavalo, e leva-o. Todas as terras que, desde o nascer ao pôr do sol, percorreres em redor de Belmonte, são tuas.
-Marques, M. (2001). Belmonte – Terras de Cabral. 1º Edição, Câmara Municipal de Belmonte.
Era uma vez um pastor de Belmonte que sonhou três vezes seguidas que ouvia uma voz que lhe dizia:
–”Vai a Belém que lá encontrarás o teu bem! Vai a Belém que lá encontrarás o teu bem… Vai…”
E foi. Procurou, procurou, mas nada encontrou. Desanimado, chegou-se a um outro pastor que lhe perguntou:
-Estás tão triste!? Porquê?
-Ora porquê…? Então eu sonhei três vezes seguidas, (três!), que ouvia uma voz que me dizia “Vai a Belém que lá encontrarás o teu bem, vai a Belém, vai a Belém…”. E cá vim… Estou cansado de procurar e nada!
-Ai tu ainda acreditas em sonhos?! Pois olha que eu também sonho muitas vezes que, numa terra que chamam Belmonte, há uma laje onde todos os dias se deita uma cabra amarela, e que debaixo dessa laje há um tesouro. Mas eu cá não vou em sonhos…
O pastor de Belmonte, ao ouvir isto, deu um salto e quase se traía. Aquela cabra amarela era dele. E ele sabia bem onde era a laje em que se deitava todos os dias. Partiu, assim, sem demora para a sua terra, Belmonte. Foi à laje, arrancou-a, cavou, e encontrou o haver, uma cabra e um cabrito de ouro. Limpou-os. Brilhavam de amarelinhos. Decidiu ir dar parte do tesouro ao rei.
Quando chegou, o pastor disse logo que tinha um presente para o rei. Os conselheiros não o deixavam entrar e responderam-lhe:
-Dá cá tu o presente que nós o entregaremos a El-rei.
O pastor respondeu: “Nem pensar. Quero ser eu, e hei-de ser, a entregar o meu presente ao rei, espere o que esperar.
-Mas El-rei está muito ocupado com o governo. Dá cá o teu presente que fica em boas mãos, e nós o entregaremos.
-Melhor fica nas minhas. E, daqui, só para as mãos do rei, que ainda tenha de ir até ao fim do mundo. E sentou-se por ali.
Vendo os conselheiros que o pastor dali não arrancava, resolveram dizer ao soberano:
-Está ali um pobre pastor que há dias não se cansa de dizer que traz um presente, mas que só o entregará a vossa Alteza. Por mais que disséssemos que nós o entregaríamos, ele disse que não, que tinha de ser ele a entregá-lo, ainda que tivesse de seguir El-rei até ao fim do mundo. E, teimoso, sentou-se por ali, e não arreda pé. -Mandai cá vir esse pastor, disse o rei.
Quando o pastor entrou na sala onde o rei estava, perguntou: -Onde está o senhor rei?
-Sou, eu. Vem cá. Diz-me lá o que queres.
-Senhor rei! Eu tenho aqui uma cabra e um cabrito. Qual é que o rei quer que lhe dê?
El rei sorriu-se e disse: -Dá cá o cabrito, que sempre será mais tenrinho que a cabra.
-Aqui o tem!
Quando El-rei viu que era de ouro, disse: – Tu foste muito leal. Mas não te todo. Já viste que me deixas nas mãos um orfão?
– Mas não tenha pena o senhor rei, que eu deixo-lhe também a mãe. Aqui está.!
-Então, já que és tão generoso, vai à minha cavalariça. Escolhe o melhor cavalo, e leva-o. Todas as terras que, desde o nascer ao pôr do sol, percorreres em redor de Belmonte, são tuas.
-Marques, M. (2001). Belmonte – Terras de Cabral. 1º Edição, Câmara Municipal de Belmonte.
Diz o povo que, de uma vez, o castelo de Belmonte foi cercado por mouros. o alcaide, um dos Cabrais, com suas forças resistiram, e, mesmo sem a ajuda de reforços, conseguiram assegurar a defesa do Castelo. Aconteceu, porém, que o inimigo se apoderou de um dos filhos do alcaide, e, preso, levaram-no à frente do castelo e disserram ao alcaide:
-Ou entregas o castelo ou o teu filho vai ser esmagado numa prensa.
O alcaide chorou. Chorou, mas disse, convencido que faria desistir o inimigo de tal barbaridade:
-Se sois heróis e valentes, e se tendes vergonha na cara, assaltai vós o castelo. Lutai. Mostrai o que valeis. Mas contra guerreiros como vós. Vingar-vos numa criança é covardia.
E não entregou o castelo. O inimigo fez questão de esmagar o filho do alcaide mesmo à sua vista. Mas a fidelidade do Cabral ao rei, de quem era aquele castelo, continuou mantida e mais forte.
-Marques, M. (2001). Belmonte – Terras de Cabral. 1º Edição, Câmara Municipal de Belmonte.
Diz o povo que, de uma vez, o castelo de Belmonte foi cercado por mouros. o alcaide, um dos Cabrais, com suas forças resistiram, e, mesmo sem a ajuda de reforços, conseguiram assegurar a defesa do Castelo. Aconteceu, porém, que o inimigo se apoderou de um dos filhos do alcaide, e, preso, levaram-no à frente do castelo e disserram ao alcaide:
-Ou entregas o castelo ou o teu filho vai ser esmagado numa prensa.
O alcaide chorou. Chorou, mas disse, convencido que faria desistir o inimigo de tal barbaridade.
-Se sois heróis e valentes, e se tendes vergonha na cara, assaltai vós o castelo. Lutai. Mostrai o que valeis. Mas contra guerreiros como vós. Vingar-vos numa criança é covardia.
E não entregou o castelo. O inimigo fez questão de esmagar o filho do alcaide mesmo à sua vista. Mas a fidelidade do Cabral ao rei, de quem era aquele castelo, continuou mantida e mais forte.
-Marques, M. (2001). Belmonte – Terras de Cabral. 1º Edição, Câmara Municipal de Belmonte.
“Conta-se, de modo muito confuso e que ainda não consegui aclarar, que numa guerra ou cerco do Castelo, uma Fidalga tomou parte na defesa.
A certa altura disparou um tiro tal que acertou no corpo de um soldado, de forma que a cabeça foi parar a uma laje, e o corpo a uma fonte. À laje chamaram Laje da Fidalga, e à fonte, Fonte Soldado, uma fonte celto-romana, existente nas proximidades do lugar onde passava a via romana Mérida – Idanha – Braga. A distância entre a laje e a fonte será de dois a três quilómetros…Mas aparecem versões um pouco diferentes. Uma delas diz que o morto era um fidalgo ou fidalga, que foi atingido ou atingida por um disparo. Sendo fidalga, faz lembrar o romance popular de D. Silvana. Se quisermos tentar colocar esta lenda na história é fácil, mas, continua ser lenda!…”
-Marques, M. (2001). Belmonte – Terras de Cabral. 1º Edição, Câmara Municipal de Belmonte.
“Conta-se, de modo muito confuso e que ainda não consegui aclarar, que numa guerra ou cerco do Castelo, uma Fidalga tomou parte na defesa.
A certa altura disparou um tiro tal que acertou no corpo de um soldado, de forma que a cabeça foi parar a uma laje, e o corpo a uma fonte. À laje chamaram Laje da Fidalga, e à fonte, Fonte Soldado, uma fonte celto-romana, existente nas proximidades do lugar onde passava a via romana Mérida – Idanha – Braga. A distância entre a laje e a fonte será de dois a três quilómetros… Mas aparecem versões um pouco diferentes. Uma delas diz que o morto era um fidalgo ou fidalga, que foi atingido ou atingida por um disparo. Sendo fidalga, faz lembrar o romance popular de D. Silvana. Se quisermos tentar colocar esta lenda na história é fácil, mas, continua ser lenda!…”
-Marques, M. (2001). Belmonte – Terras de Cabral. 1º Edição, Câmara Municipal de Belmonte.
Chamava-se Manuel. Foi o único nome que a tradição guardou.
Nascido em Belmonte, combatera os Muçulmanos como ardor do cristão valente. Porém, teve pouca sorte numa das batalhas. A sua hoste foi desbaratada. Sem poder passar para as fileiras dos seus compatriotas, teve de esconder-se, e caminhou direito à costa, ocultando-se quanto podia. Mas foi descoberto por um bando que o entregou a um barco pirata, e neste, arrebanhado a outros prisioneiros, foi levado como cativo para Argel.
Aí o deixaram servindo como escravo. Trabalhava para os Mouros dia e noite. Mas tomou esse martírio como penitência dos seus pecados, e trabalhava sem revolta, sem queixumes, oferecendo a Deus e à Virgem todas as suas dores. Contudo, as saudades da terra, da mulher e dos filhos não o deixavam, trazendo-o constantemente atormentado. Para tentar esmagar no peito essa lembrança, entregava-se às mais penosas tarefas. E orava, orava sem cessar, rogando a possibilidade de haver um fim para a sua desdita, quando Deus o entendesse. De noite ficava a magicar no momento em que voltaria a abraçar os seus entes queridos. E os meses iam passando, e com eles os anos. Certo dia, um dos mouros que comandava o troço dos escravos chamou-o de parte. Manuel mostrou-se intrigado.
– Que queres de mim?
– Fazer-te uma pergunta. Mas responde a verdade, se não queres ser castigado.
– Responderei, decerto.
– Que significa na tua língua a palavra que andas sempre a dizer?
– Eu?
– Sim, tu! Trabalhas com o olhar distante.
– Mas faço o meu trabalho.
– E dizes, de vez em quando, uma certa palavra.
– Digo às vezes muitas palavras, quando rezo ao meu Deus.
– Não, não é reza! Parece um nome. Será o de tua mulher?
– Como queres que te responda, se não me repetes a palavra a que te referes? O mouro mostrou-se impaciente.
– Sei lá! Qualquer coisa parecida com esperança! Manuel sorriu.
– É essa mesma. Pronunciaste-a muito bem.
– É nome de mulher?
– Pode ser. Mas tem para mim outro significado.
– Qual? Manuel não respondeu logo, O outro insistiu:
– Que significa esperança? O cativo encolheu os ombros.
– Ora! Significa que acalento o desejo de poder voltar à minha terra.
O mouro gargalhou: – Estás louco! Terias de atravessar o mar a nado! E, além disso… não poderás fugir daqui!
Como Manuel continuava a sorrir, quase feliz, o mouro enervou-se. Gritou: – Porque falas em esperança?
A resposta veio rápida: – Porque acredito no meu Deus e na bondade de Sua Mãe, a Virgem Maria.
Troçou o mouro: – Pede então a essa Virgem que te leve daqui, para eu ver se ela é capaz dessa façanha!
Sem dar mostras de enervamento, Manuel declarou: – É o que faço, de hora a hora, mesmo durante o trabalho. Rezo à minha Virgem da Esperança!
O mouro deu com a adaga numa estaca de madeira, partindo-a em duas.
– És louco, e como louco te tratarei doravante! Anda, vai para o teu trabalho!
Sem mostrar impaciência, Manuel voltou ao trabalho do campo. Sem o perder de vista, o mouro ficou vigilante. Desde esse dia, a vida tornou-se ainda mais dura para o pobre cativo. Deram-lhe as tarefas mais pesadas, diminuíram-lhe os alimentos e foi alvo da mais severa vigilância. De tal forma que à noite só o deixavam dormir dentro de uma arca e amarrado por grossas cadeias. Mesmo assim, um mouro ficava de sentinela.
Desde esse dia, a vida tornou-se ainda mais dura para o pobre cativo. Deram-lhe as tarefas mais pesadas, diminuíram-lhe os alimentos e foi alvo da mais severa vigilância. De tal forma que à noite só o deixavam dormir dentro de uma arca e amarrado por grossas cadeias. Mesmo assim, um mouro ficava de sentinela.
De tão aflitiva situação apiedou-se a Virgem Maria. E na véspera do Dia de Páscoa, quando Manuel dormia na arca, deliberou ajudá-lo. Então, com grande espanto, o mouro que vigiava o cativo ouviu falar o cristão. Dizia ele palavras estranhas, que mal se percebiam. Respondia a alguém com quem dialogava. Tudo se passara assim: o cativo ouvira chamar por ele…
– Acorda, Manuel!
– Quem me chama?
– Sou eu, a Senhora da Esperança.
O cristão ficou perplexo. Redarguiu:
– Senhora, devo estar sonhando! Mas muito vos agradeço a Vossa visita, mesmo em sonhos. Ameniza o meu sofrimento.
– Pois venho participar-te que o teu penar acabou.
– Como, Senhora, se tenho tantas saudades da minha terra e dos meus?
– Vou levar-te a Belmonte!
– Ides levar-me a Belmonte?… Quereis dizer que morri?… Que já sou um espírito, e por isso posso voar sobre os mares?…
– Não, ainda não morreste. Mereces receber por mais algum tempo o carinho dos teus. Vais atravessar os mares dentro dessa arca!
Manuel teve um risinho nervoso.
– Senhora da Esperança! Como vão todos ficar espantados, os de cá e os de lá!…
A Senhora já não lhe respondeu. A arca levantara-se do chão, arrombara a porta e continuava a subir no espaço. Os mouros gritavam, alarmados. Chamaram o chefe dos escravos e disseram-lhe:
– A arca onde encerrámos o cristão ergueu-se no ar e sumiu-se para as bandas do mar!
O mouro olhou-os como se estivessem todos loucos.
– Que estais dizendo?
O que estava de guarda à arca adiantou-se.
– Chefe! Ouvi o cristão falar dentro da arca, como se estivesse alguém ao pé dele. Parecia contente. Dizia coisas estranhas, que mal percebi!
O chefe franziu as sobrancelhas e perguntou:
– Lembras-te de algumas das palavras que ele proferiu?
– Poucas!
– Di-las!
– O cristão falou em saudades… em minha terra… em voar sobre os mares… Pareceu-me ouvir-lhe dizer: senhora… e esperança…
O chefe sobressaltou-se.
– Falou em Senhora da Esperança?
– Sim.
– Tens a certeza?
– Tenho.
O mouro mordeu os lábios. Fez-se um silêncio. Por fim, olhando para os lados do mar, sentenciou:
– Não mais o teremos aqui! Voltou para a sua terra!
– Mas como?
– Foi a tal Senhora da Esperança!
– Que senhora?
Cerrando os dentes, o mouro voltou as costas, deixando os outros a olhá-lo, boquiabertos…
Sábado de Aleluia. O Sol rompera radioso nessa manhã. Os sinos tocavam alegremente. Corriam as gentes de Belmonte e arredores para a ermida. De súbito, os que estavam à porta da capelinha arregalaram os olhos. Acabavam de ver pousar no chão, vinda do ar, uma pesada arca, mas que pousara leve como andorinha. E de dentro da arca saiu aquele que todos julgavam já morto pelos Muçulmanos!
O alarido misturou-se com o cantar alegre dos sinos. O júbilo causado pela inesperada e milagrosa aparição de Manuel foi enorme. A mulher e os filhos abraçavam agora aquele que tantas vezes haviam chorado. Manuel contou entre lágrimas a sua extraordinária aventura. E então, ali mesmo, o povo determinou levantar uma outra ermida à Senhora da Esperança, em acção de graças pela Sua Bondade para com um filho da povoação de Belmonte. Cantaram-se mais fortes as aleluias da Páscoa. Ergueram-se hinos de louvor ao Céu. E a ermidinha à Senhora da Esperança não tardou em ser erguida também.
Esta é a história de Manuel, um corajoso escudeiro de um cavaleiro de Belmonte.
Partiu da sua terra natal para combater os mouros em duras batalhas, onde sempre mostraram a sua bravura.
Um dia, Manuel foi capturado pelos mouros e levado para Argel. Ali ficou longos anos como escravo, tendo um senhor muito cruel que lhe dava maus tratos, obrigando-o a trabalhos muito duros e à noite o fechava numa arca. Encarava o seu destino como uma penitência e iludia as saudades da terra e da família com as tarefas mais pesadas.
Após muitos anos, o seu senhor perguntou-lhe qual o significado da palavra que Manuel repetia vezes sem conta: esperança. Manuel disse-lhe que significava o desejo de voltar à sua terra e a sua fé na Virgem da Esperança. O mouro respondeu-lhe que tal fé era impossível e tornou-lhe a vida ainda mais dura. Conta a lenda que a Virgem se apiedou de Manuel e a arca onde Manuel costumava dormir elevou-se no ar e desapareceu em direção ao mar.
No mesmo dia, as gentes de Belmonte que se dirigiam à missa na Igreja de Santa Maria viram, espantados, uma arca aterrar junto a esta e de lá sair Manuel. A alegria foi indescritível e o povo decidiu erguer nesse sítio uma outra capela, dedicada a Nossa Senhora da Esperança.
Assim como é feito noutras localidades do interior do país, a noite de natal é marcada pela cerimónia da queima do madeiro, na noite do dia 24 para o dia 25 de Dezembro. Esta tradição acontece em todas as freguesias do concelho, sendo mesmo feito um concurso de madeiros, para apurar qual o maior.
Consiste numa grande fogueira que é feita junto do castelo e da igreja de Santiago, onde a população se reunia depois da Missa do Galo. Actualmente, ainda se mantém o hábito de sair em peso à rua na noite da consoada, apesar do conceito estar mais desassociando à parte religiosa, onde se juntam para socializar e conviver.
Tudo começa pela recolha da madeira que habitualmente é recolhida pelos jovens que completam 18 anos e que vão ao dia da defesa nacional (revisão do serviço militar). Porém, com a diminuição da população jovem, a junta de freguesia de Belmonte tem ajudado neste processo com o intuito de manter o costume.
Antigamente, encontrar lenha para o Madeiro era tarefa bem mais complicada. Dependentes da boa vontade da população, cujas ofertas ficavam aquém do desejado, os jovens viam-se na necessidade de roubar lenha, tudo a coberto da noite.
A tradição do madeiro tem origem nos cultos pagãos, na celebração do solstício de Inverno, em que se acendiam enormes fogueiras ao ar livre.
Assim como é feito noutras localidades do interior do país, a noite de natal é marcada pela cerimónia da queima do madeiro, na noite do dia 24 para o dia 25 de Dezembro. Esta tradição acontece em todas as freguesias do concelho, sendo mesmo feito um concurso de madeiros, para apurar qual o maior.
Consiste numa grande fogueira que é feita junto do castelo e da igreja de Santiago, onde a população se reunia depois da Missa do Galo. Actualmente, ainda se mantém o hábito de sair em peso à rua na noite da consoada, apesar do conceito estar mais desassociando à parte religiosa, onde se juntam para socializar e conviver.
Tudo começa pela recolha da madeira que habitualmente é recolhida pelos jovens que completam 18 anos e que vão ao dia da defesa nacional (revisão do serviço militar). Porém, com a diminuição da população jovem, a junta de freguesia de Belmonte tem ajudado neste processo com o intuito de manter o costume.
Antigamente, encontrar lenha para o Madeiro era tarefa bem mais complicada. Dependentes da boa vontade da população, cujas ofertas ficavam aquém do desejado, os jovens viam-se na necessidade de roubar lenha, tudo a coberto da noite.
A tradição do madeiro tem origem nos cultos pagãos, na celebração do solstício de Inverno, em que se acendiam enormes fogueiras ao ar livre.
Este evento é realizado no Colmeal da Torre, na noite de terça de Carnaval.Consiste numa procissão que tem como figura principal um boneco feito com palha, que é levado numa padiola pelar ruas da aldeia, enquanto um padre fictício diz rezas e protagoniza vários momentos sarcásticos. No final da procissão o entrudo é colocado no átrio da igreja matriz onde é queimado.
A história e o intuito desta festa já foi perdida no tempo mas crê-se que “todas as chatices e desavenças” desapareçam com o fogo.
Este evento é realizado no Colmeal da Torre, na noite de terça de Carnaval.Consiste numa procissão que tem como figura principal um boneco feito com palha, que é levado numa padiola pelar ruas da aldeia, enquanto um padre fictício diz rezas e protagoniza vários momentos sarcásticos. No final da procissão o entrudo é colocado no átrio da igreja matriz onde é queimado.
A história e o intuito desta festa já foi perdida no tempo mas crê-se que “todas as chatices e desavenças” desapareçam com o fogo.
Esta festa de carácter pagã realiza-se a 2 de dezembro e tem o intuito de casar São Martinho e “Santa Bebiana”, a padroeira das mulheres bêbedas. Na véspera da festa efectua-se um cortejo ou chocalhadas onde as pessoas são intimadas a participar na procissão do dia seguinte.
No dia da festa preparam-se os andores onde se coloca a Santa Bebiana, transportada pelos rapazes, e o São Martinho, pelas raparigas, havendo ainda um andor com um barril de vinho, transportado por mulheres, que vão fazendo a distribuição do vinho, pelos presentes na procissão.
Os dois santos saem de locais distintos, fazendo o seu encontro, no largo da antiga Casa do Povo, após o que seguem junto na procissão que decorre ao longo da vila de Caria, acompanhados dos mordomos, secretários, juizes e um prior que vai fazendo sermões irónicos.
A acompanhar os andores vão também estandartes de pano e archotes para iluminar.
Esta festa de carácter pagã realiza-se a 2 de dezembro e tem o intuito de casar São Martinho e “Santa Bebiana”, a padroeira das mulheres bêbedas. Na véspera da festa efectua-se um cortejo ou chocalhadas onde as pessoas são intimadas a participar na procissão do dia seguinte.
No dia da festa preparam-se os andores onde se coloca a Santa Bebiana, transportada pelos rapazes, e o São Martinho, pelas raparigas, havendo ainda um andor com um barril de vinho, transportado por mulheres, que vão fazendo a distribuição do vinho, pelos presentes na procissão.
Os dois santos saem de locais distintos, fazendo o seu encontro, no largo da antiga Casa do Povo, após o que seguem junto na procissão que decorre ao longo da vila de Caria, acompanhados dos mordomos, secretários, juizes e um prior que vai fazendo sermões irónicos.
A acompanhar os andores vão também estandartes de pano e archotes para iluminar.